Explorando novos terrenos

Rajastão, Índia. A compra da primeira perfuratriz eletro-hidráulica para furos de grande profundidade solucionou a insuficiência de reserva de material detonável da mina Zawarmala, colocando-a no primeiro escalão da indústria mineradora subterrânea de seu país. 

UMA DAS PRIMEIRAS produções mundiais de zinco ocorreu na área próxima a Zawar Mines, no estado do Rajastão, no oeste da Índia. Arqueólogos creem que a mineração na região date de cerca de 2.500 anos atrás.
Hoje, Zawarmala está novamente na vanguarda da mineração. Lá, 200 metros abaixo da superfície das antigas colinas de Aravali, a primeira perfuratriz eletro-hidráulica para furos de grande profundidade na Índia – a DL310-7 (Solo 5-7C) da Sandvik – está prestes a revolucionar a indústria indiana.

Comprada pela Hindustan Zinc Limited, a perfuratriz foi instalada em Zawarmala – uma das quatro minas em Zawar – em setembro de 2008. Tushar Chakraborty, sócio-gerente, está supervisionando a operação.
“Quando eu era estudante, aprendi como funcionavam as máquinas eletro-hidráulicas na mineração subterrânea. Mas, na época, ninguém saberia dizer quando elas chegariam à Índia,” diz Chakraborty. “É incrível pensar que sou eu quem supervisiona a primeira delas.”

Zawar Mines

Zawar Mines são propriedade da Hindustan Zinc Limited, o único produtor integrado de zinco e chumbo na Índia. A empresa pertencia ao governo indiano e foi privatizada em abril de 2002, tornando-se uma subsidiária da Sterlite Opportunities & Ventures Limited and Vedanta Resources Plc. Atualmente, o governo detém uma participação de 30%.

  • Seu lucro líquido chegou a 44 bilhões de rúpias (675 milhões de euros) no ano fiscal concluído em 31 de março de 2008.
  • No mesmo ano, obteve uma produção recorde de zinco (426.323 t) e chumbo (58.247 t), uma alta de 22% e 31%, respectivamente, em relação ao ano fiscal anterior.
  • A produção total de metal foi de 629.019 t, 10% acima do ano anterior.
  • Em torno de 25% da produção de zinco é exportada. Os 75% restantes e toda a produção de chumbo é consumida pelo mercado interno.
  • Hoje a empresa fornece por volta de 82% da demanda de zinco na Índia.
  • Sua taxa de crescimento desde a privatização é motivo de orgulho. A meta para 2010 é tornar-se uma empresa de nível internacional, capaz de produzir um milhão de toneladas de zinco e chumbo.
  • Seu staff conta com 1.160 pessoas, dos quais 195 (15 executivos e 180 operários) trabalham em Zawarmala.

Além de Zawar Mines, a Hindustan Zinc opera duas minas subterrâneas, a Sindesar Khurd e a Rajpura Dariba, e uma a céu aberto, a Rampura Agucha. Possui também operações de fundição em Chanderiya, Debari e Visakhapatnam. Combinadas, as reservas de minério de zinco e chumbo das minas perfazem 7,18 milhões de toneladas, com uma capacidade anual de 1,2 milhões de toneladas de minério. O grau do zinco é de 4,4% e do chumbo, 2,3%.

Na Hindustan Zinc, a decisão de investir na DL310-7 veio da urgência em impulsionar a produtividade e a eficiência. Situada ao sul da famosa “Lake City” de Udaipur, a região é rica em jazidas de chumbo e zinco. Porém, Zawarmala enfrentava dificuldades para alcançar a meta de 1.000 toneladas de minério por dia, pois as reservas de material detonável não estavam sendo geradas a tempo.

A CHEGADA da DL310-7 mostrou que tais metas podem ser alcançadas e até mesmo superadas.
“As minas do mundo inteiro querem aumentar sua produção. Uma vez que as explorações e o desenvolvimento estejam concluídos, é preciso adequar e obter reservas de material detonável,” afirma Chakraborty. “E esta máquina se encarrega disto.”

“É óbvio que o investimento inicial é alto, mas, no fim, o que conta é o retorno deste investimento. Hoje, já é possível prever que teremos um retorno positivo em um período curto de tempo – menos de um ano, talvez.”

AS NEGOCIAÇÕES entre a Sandvik e a Hindustan Zinc a respeito da DL310-7 começaram em 2006. A administração da mina estava impressionada com o desempenho da perfuratriz ao redor do mundo.
“Antes de escolhermos a Sandvik, analisamos propostas de várias empresas,” diz Balwant Rathore, gerente de Zawarmala. “A qualidade do serviço de pós-vendas pesou muito na decisão final. Na Sandvik, a resposta é rápida e a atitude, muito positiva.”

Chakraborty explica o pensamento da empresa: “Tecnicamente, havia três questões: como aumentar nosso índice de penetração; como alcançar uma profundidade maior de perfuração e a viabilidade de mover a máquina de um lugar para outro. A DL310-7 encaixou-se perfeitamente nestes três parâmetros.”

Antes, duas perfuratrizes distintas, cada uma com um operador, eram utilizadas na mina: uma perfuratriz pneumática convencional, para perfuração ascendente, e um martelo DTH, para perfuração descendente. A habilidade de rotação de 360 graus da lança da DL 310-7 permite a perfuração em todas as direções, realizando o trabalho de ambas perfuratrizes com um só operador.
Taxas consistentes de penetração na perfuração ascendente já foram alcançadas, e a perfuração descendente está atualmente em fase de estabilização.

Outro fator decisivo na aquisição da DL310-7 pela Hindustan Zinc foi a possibilidade de eliminar por completo um subnível. A capacidade de perfurar com precisão até uma profundidade de 38m significa, em média, substituir um nível e dois subníveis de extração por um nível e um subnível de extração.

EM ZAWARMALA, um subnível de 100m custa cerca de 1,2 milhões de rúpias (18.000 euros). Portanto, a DL310-7 representa uma enorme economia de tempo, trabalho e custos.
Rathore também ressalta outras vantagens, como a redução do nível de ruído e a facilidade de operação. Além de um benefício inesperado: a disposição da equipe para o trabalho aumentou muito.
O operador Chakanath Premnath concorda: “É uma máquina boa de se operar, suave, moderna, que revolucionará a mineração na Índia. Antigamente, a perfuração era trabalhosa, mas, com esta máquina, é fácil alcançar nossas metas. Sinto orgulho de ser o primeiro na Índia a operá-la.”

Premnath foi um dos dois funcionários de Zawarmala a ser treinado por um time de engenheiros da Sandvik, que foram da Finlândia para a Índia supervisionar o início da operação da DL310-7. Diante do excelente desempenho da perfuratriz, mais três operadores foram treinados internamente desde então.

SEGUNDO Amit Kumar Bhaumik, gerente geral de Zawar Mines, a ótima performance da DL310 -7 os levará a investir em mais perfuratrizes da Sandvik.
“A Hindustan Zinc tem grandes ambições para o futuro e vê a Sandvik como parceira,” diz. ”Há vários novos desenvolvimentos para breve – novas minas, novas expansões. Ou seja, há um imenso campo de atuação para estas máquinas.”

Chakraborty acrescenta: “Aqui, tomamos uma grande iniciativa em prol da modernização das minas. Já trabalhamos em uma mina altamente mecanizada e a chegada da perfuratriz eleva ainda mais o padrão.”
Jean Macfarlane