Gelo à frente

Kirkenes, Noruega. Rodeada pela linda e desértica paisagem ártica, a mina de minério de ferro Sydvaranger, no nordeste da Noruega, é uma importante impulsionadora da economia local.

Mais ao leste da Finlândia e na mesma longitude de São Petersburgo, na Rússia, a cidade de Kirkenes surpreende por sua localização. Você pode dirigir até a fronteira russa em apenas dez minutos, onde o fuso horário está duas horas à frente. A região de Finnmark, ao redor de Kirkenes, foi completamente destruída na Segunda Guerra Mundial, e lembranças estão espalhadas por todos os lugares. Durante a operação da mina de minério de ferro Sydvaranger, localizada poucos quilômetros ao sul de Kirkenes, foram encontrados capacetes, equipamentos bélicos e até mesmo um abrigo antibomba.

Temperaturas abaixo de zero duram vários meses e podem chegar a 30oC negativos. A partir do fim de novembro até janeiro, o sol não nasce e deixa a região na quase total escuridão. A única luz é fornecida pelos holofotes da mina e pelo aparecimento frequente da aurora boreal. Por outro lado, a luz permanente durante o verão é atraente, embora possa atrapalhar seu relógio biológico e seu sono

Mina Sydvaranger

A mina Sydvaranger está localizada no norte da Noruega, cerca de oito quilômetros ao sul de Kirkenes, perto da fronteira com a Rússia. Com área total de 35 km2, ela abriga 23 grandes depósitos de minério de ferro.

A Sydvaranger Gruve AS foi fundada em 2007 para reabilitar as minas, ferrovias e plantas de beneficiamento, e iniciar a produção de concentrado de minério de ferro de alta qualidade. A empresa emprega 400 pessoas e é totalmente controlada pela australiana Northern Iron Ltd.

“Nos esforçamos para ter visibilidade durante as tempestades de inverno, quando há muita neve e vento”, diz Ulf Dæhlin, gerente de mina na Sydvaranger Gruve AS. “Embora o clima seja muito frio, é raro parar a produção. Quedas abundantes de neve podem ser um problema, mas normalmente faz muito frio para nevar.”

Um contrato exclusivo
A história da mina Sydvaranger remonta a 1910, quando concentrado de minério de ferro foi produzido pela primeira vez na região. Após 15 anos fechada, a Sydvaranger Gruve retomou sua produção em 2009, usando métodos convencionais de minas a céu aberto, com perfuração e detonação seguidos de carregamento e transporte para extrair minério. Como parte da renovação, a Sandvik Mining foi selecionada para fornecer britadores, alimentadores e um novo conjunto de correias para o antigo sistema de transportadora da estação de britagem.

em março de 2014, os proprietários decidiram contratar os serviços de Rock on Ground (ROG) para melhorar o controle dos custos. A fornecedora Orica Norway responde por todo processo de perfuração e detonação, incluindo todos os projetos, pesquisas, cronograma e detonação. A Orica se uniu à Oscar Sundquist que, por sua vez, fornece o equipamento de perfuração da Sandvik. A combinação da líder mundial em pesquisa e tecnologia Orica com os 70 anos de experiência da Oscar Sundquist em operações nas montanhas locais cria o equilíbrio ideal de conhecimentos, vital para o sucesso não só da mina, mas da economia da região. Ao contrário de muitas operações de mineração remotas, 80% dos 500 colaboradores da mina vivem nas redondezas, e apenas especialistas vêm de fora.

O projeto chega a 140 milhões de toneladas de rochas detonadas ao longo de seis anos. O material é britado e transportado por uma exclusiva ligação ferroviária de oito quilômetros para o concentrador e para o porto em Kirkenes. No último ano, a operação produziu cerca de dois milhões de toneladas métricas de concentrado de minério de ferro seco de alta qualidade, enquanto a qualidade melhorou para 68% de teor de ferro e 4,8% de sílica.

Equipamentos comprovados para ambientes rigorosos
Há bastante minério de alta qualidade em Finnmark, mas extraí-lo de forma rentável é um desafio devido ao clima, transporte e logística, entre outros fatores. Para garantir uma operação lucrativa para todos, Sydvaranger Gruve, Orica, Oscar Sundquist e Sandvik trabalham em parceria. A decisão de comprar oito perfuratrizes de superfície foi uma das mais importantes para uma mina desse porte. Então, não é nenhuma surpresa que todas as partes tivessem fortes opiniões durante os testes. Encontrar uma máquina que pudesse lidar com o ambiente do Ártico e uma empresa capaz de se tornar parceira do projeto eram prioridades.

Frota Sandvik na Sydvaranger

  • Oito perfuratrizes Sandvik DP1500i
  • Sete alimentadores Sandvik SP1423
  • Três britadores cônicos Sandvik CH870
  • Duas peneiras Sandvik LF1530
  • Uma perfuratriz Sandvik DX780

O gerente de Serviço para a Europa da Sandvik, Joakim Strandberg, visita a mina regularmente.

“As perfuratrizes podem executar os furos de 140 milímetros exigidos pela mina, e nós temos ferramentas, fábricas, peças e serviço em distância razoável”, diz ele. “Trabalhamos próximos à Oscar Sundquist para definir a melhor abordagem de suporte à empreiteira, incluindo os serviços de afiação. Temos um técnico para as ferramentas de perfuração e um supervisor lidando com treinamento e suporte para técnicos da Oscar Sundquist.”

A escolha óbvia
Emil Dæhlin, gerente de projetos da Oscar Sundquist, é um dos vários colaboradores nativos que trabalham na mina. Ele cresceu na região de Kirkenes e agora é responsável pelas operações de perfuração e gestão da comunicação entre os parceiros. Ele explica porque escolheram a Sandvik e suas perfuratrizes DP1500i.

“Fizemos o teste de campo em novembro de 2012 usando a Sandvik DP1500i”, conta. “Testamos por um mês e ela teve um bom desempenho. Existem mais de 500 perfuratrizes DP1500i em operação em todo o mundo, por isso estávamos confiantes na sua capacidade e pontos fortes. As outras opções não haviam sido testadas em tais condições. Dada a qualidade comprovada de seus equipamentos e foco no serviço, a Sandvik foi a opção óbvia a longo prazo.”

A Oscar Sundquist escolheu a tecnologia top hammer em vez de alternativas como down-the-hole (DTH) ou perfuração rotativa devido as praças relativamente pequenas em Sydvaranger. Mais uma vez a Sandvik ofereceu a solução ideal.

“Temos rochas duras e bancos de apenas 40 metros”, explica Dæhlin. “Perfuratrizes top hammer utilizam muito menos combustível com melhor penetração, e os custos de manutenção são mais baixos do que as DTH. Começamos a usar tubos guias, mas logo ficou nítido que não havia necessidade. A combinação da DP1500i e das barras Sandvik GT60+ nos fornece furos perfeitamente retos sem a necessidade de guias adicionais. Com essa rocha tão resistente, isso é uma grande conquista.”

Solução Sandvik

A Oscar Sundquist comprou oito carretas de perfuração, top Hammer, modelo DP1500i. A nova geração de carretas de perfuração, inteligente, vêm equipada com uma avançada interface para o usuário, incluindo GPS e instruções passo a passo para resolução de problemas.

A Sandvik também fornece uma equipe técnica no local, trabalhando em parceria com a Orica Noruega e a AS Oscar Sundquist para garantir que os operadores estejam totalmente treinados e as perfuratrizes permaneçam operando em tais condições severas.

Lars-Even Pettersen trabalha como operador da DP1500i, perfurando furos precisos em ângulos de dez graus, antes que a equipe de carga carregue os explosivos. Ele também é responsável pela rotina de manutenção.

“A Sandvik DP1500i é estável e fácil de manusear e manobrar, mas é o seu novo sistema de GPS que faz a diferença”, diz Pettersen. “É uma grande melhoria com relação à DP1500. Com a cabine maior, é possível ter alguém ao meu lado aprendendo o processo enquanto o poderoso aquecedor nos mantém aquecidos. Trabalhando durante o inverno somos desafiados pelo frio e também pela escuridão total. Desta forma dependemos das luzes de LED e câmeras para enxergar onde estamos trabalhando”.

Cooperação profunda
O novo projeto reflete a estreita relação que a Sandvik tem não somente com o cliente, mas com cada uma das partes no local. Atualmente as equipes trabalham em conjunto para desenvolver uma broca de perfuração aperfeiçoada, que dure mais tempo na rocha resistente do Ártico.

“É um material muito abrasivo e por isso precisamos encontrar brocas de perfuração que durem o máximo possível”, diz Dæhlin. “Estamos unidos para desenvolver algo adequado, capaz de ajudar na economia da operação e beneficiar todos no longo prazo.”

As perspectivas para a Sydvaranger são otimistas, apesar das condições de mercado adversas. A expectativa de vida útil da mina é de pelo menos 20 anos, e os proprietários estão estudando possibilidades de expansão. A economia é tudo, e o equipamento da Sandvik desempenha seu papel, permitindo a perfuração mais barata e rápida possível.

Texto: David Nikel  Foto: Erik Ardelius