Quando a Sandvik desenvolveu seus novos caminhões subterrâneos TH550 e TH540, ela tentou responder a uma importante questão: quais fatores realmente afetam a produtividade e os custos de operação desse tipo de veículo? O gerente de produtos, Mark Ryan, acredita que o caminho é analisar o custo total e a produtividade de uma mina e aponta que não se consegue alcançar tudo o que se deseja apenas tornando os caminhões subterrâneos mais rápidos.

“As minas estão ficando mais profundas e as distâncias para transportar maiores, com maior número de horas de operação sendo realizadas. Aumentar a velocidade máxima não garante maior produção por turno. Mais horas de operação por ano é a resposta.”

Estudos de campo e outras análises mostraram que outros fatores precisam ser considerados, além do desempenho técnico em termos de potência e velocidade.
É preciso também considerar o impacto no ambiente. “Um dos maiores custos da mina é a ventilação, por isso decidimos ir atrás de motores mais eficientes e limpos”, conta Ryan.
É por isso que o TH550 e o TH540 vêm com duas opções de motores que atendem aos níveis de emissão Tier 2/ Euro Stage IIA ou Tier 4i/Stage IIIB. Esses são padrões de emissão que regulam os níveis máximos de oxidação (NOx) e de partículas para motores a diesel (DPM) em veículos fora de estrada, exigidos pela legislação em diferentes partes do mundo. Embora as regras de transição permitam aos fabricantes certa flexibilidade na implantação desses padrões, a Sandvik decidiu estar à frente com essa nova tecnologia de aplicações subterrâneas.

Além dos baixos níveis de NOx e DPM, os novos caminhões consomem menos combustível que as gerações anteriores, T50 e T40, mas com maior torque. Motores de alta eficiência geram menos calor que os de alta potência em uma mesma quantidade de trabalho. “Os motores são mais inteligentes, não pesados. A ventilação e o consumo de combustível nesses caminhões são os menores do mercado”, garante.

Os segredos para a produtividade são o tempo em operação e o menor consumo de combustível, que obviamente aumentam os intervalos entre reabastecimentos. Os engenheiros da Sandvik também criaram outras ferramentas para aumentar o tempo de atividade do TH550 e TH540, elevando a confiabilidade comprovada da geração anterior de caminhões. Exemplos são a fiação elétrica e o sistema VCM (controle e gestão do veículo).
Peças que podem ser afetadas negativamente pela água da mina, como cabos e baterias, foram instaladas em locais mais altos para maior proteção. Além disso, há menos fios e válvulas para reduzir os possíveis pontos de falhas. Tudo está conectado ao VCM por meio de uma interface que mostra o status do veículo em tempo real.

“Isso não resolve o problema, mas ajuda a identificar seu local mais rapidamente. Significa que haverá maior disponibilidade em função da menor quantidade de tempo gasto para resolver problemas”, explica.
O TH550 tem capacidade de carga de 50 toneladas e o TH540, 40. Um olhar sob o capô do TH550 revela um Volvo TAD1661VE 603cv/450kw e um TAD1660VE 543cv/405kw no TH540. Esses motores dão aos dois caminhões subterrâneos alta relação de potência e peso, que combinada a alta capacidade de carga por tamanho e peso do veículo vazio resultam em vantagens no desempenho subterrâneo. “Escolhemos o Volvo porque eles possuem as melhores soluções para nossas aplicações. No geral é um motor confiável e eficiente no consumo de combustível”, explica Ryan.

Os limites de emissão estabelecidos no Tier 4i e Stage IIIB são atendidos graças a um sistema de tratamento de gases de escape. Isso inclui uma unidade de redução catalítica seletiva (SCR) com um sistema de injeção de uréia. O SCR é uma tecnologia em que o perigoso NOx é convertido em nitrogênio (N²) inofensivo e água, com a ajuda de um catalisador. A combinação de um motor eficiente e a tecnologia SCR resulta na redução de DPM e NOx.
O enfoque que a Sadvik escolheu para os novos caminhões subterrâneos é assumir uma perspectiva mais ampla, em vez de apenas aumentar a potência. “Isso também nos trouxe de volta a um dos nossos valores: oferecer o menor custo por tonelada transportada”, conclui Ryan.

Åke R Malm