Depois de mais de um século de escavações contínuas, a mina de El Teniente possui cerca de 2.400 quilômetros de túneis que se estendem por baixo da região de Rancagua, no centro do Chile, a cerca de 80 km da capital Santiago. Se fossem colocados em linha reta, os túneis chegariam quase até São Paulo. Desde que se iniciou a mineração organizada, em 1904, cerca de 1,5 bilhão de toneladas de minério de cobre já foram extraídas da mina. Sua proprietária, a empresa estatal chilena de mineração, Codelco, pretende manter a produção de cobre fino em mais de 430 mil toneladas por ano, a longo prazo.

Entretanto, as enormes dimensões da mina se tornaram o maior desafio da empresa.Depois de escavar oito níveis abaixo da superfície, tornou-se cada vez mais complicado manter o ritmo de produção. Quando o nono nível for aberto, a distância até a superfície chegará a 10 km. Em uma profundidade tão grande, o grau de dureza do minério é muito maior, o que torna a extração do cobre mais difícil.

“Para manter um desempenho satisfatório, El Teniente precisa implantar novas tecnologias e adotar as melhores práticas, a fim de atenuar a baixa produtividade criada por essas condições e por outras questões associadas a um depósito de minério de menor qualidade”, explica Ricardo Álvarez, gerente-geral de El Teniente.

A administração de El Teniente tem trabalhado em estreita colaboração com a Sandvik. El Teniente adotou recentemente o AutoMine, sistema de transporte automatizado de minério da Sandvik, que permitirá à mina elevar a produtividade em face dos desafios que enfrentará no futuro próximo. A Sandvik também fornece à mina LHDs, caminhões e outros equipamentos de produção, como máquinas para perfuração e fixação de tirantes, além de britadores e rompedores hidráulicos.

Toda essa tecnologia faz parte de um pacote oferecido pela Sandvik para agregar valor e melhorar a eficiência e a rentabilidade de El Teniente. “O sistema AutoMine nos possibilitou aumentar o número de horas trabalhadas em quase 30% em relação à utilização de um operador a bordo, marcando uma importante mudança nas operações de mineração contínua”, compara André Sougarret, gerente de mina em El Teniente.
“Uma das unidades, Pipa Norte, produz 10 mil toneladas por dia, com apenas 36 trabalhadores. Um operador pode trabalhar com quatro LHDs, enquanto um sistema de bordo requer um operador para cada LHD. Uma única pessoa, o operador de trânsito, é responsável pela introdução ou remoção do equipamento.”

A mina abre cerca de 27 km de túneis por ano para movimentar uma média de 137 mil toneladas de minério por dia, ou quase 48 milhões de toneladas por ano. Cerca de 400 mil toneladas de cobre fino por ano são obtidas a partir do minério, seja como lingotes refinados ou como cátodos de cobre, e quase 5 mil toneladas de molibdênio são obtidas como subproduto do processamento do minério.

“A introdução de novos equipamentos nos permitiu aumentar significativamente a produtividade geral da mina, e as alterações de qualidade das rochas circundantes nos possibilitaram ampliar as dimensões das galerias. Com a ampliação do espaço de trabalho, podemos utilizar equipamentos maiores, como LHDs com carga útil de 17 toneladas métricas e caminhões de 80 toneladas”, destaca Álvarez.

Segundo André Sougarret, as operações subterrâneas de El Teniente dependem muito das LHDs. “A Sandvik tem oferecido cada vez mais equipamentos para cobrir essa necessidade. De fato, a maioria das LHDs de El Teniente foi fornecida pela empresa. As LHDs da Sandvik têm ajudado a melhorar a confiabilidade dos processos de mineração que necessitamos para cumprir nossos compromissos”, diz.
Os novos equipamentos também têm ajudado a melhorar a segurança na mina. “Estamos há seis anos sem acidentes, sobretudo porque temos muito poucos colaboradores em áreas operacionais”, observa André Sougarret.
Oscar Martinez