Sucesso do processo

TARKWA, GANA. Baixa qualidade e grandes volumes de minério colocam pressão na planta de processamento da mina de ouro Tarkwa da Gold Fields, uma das maiores operações em superfície de Gana.

Não há muitos momentos tranquilos na planta de lixiviação de carbono (CIL) da mina de Tarkwa, da Gold Fields. Grande produção e recuperação de ouro são essenciais para manter a rentabilidade da operação de minério de baixa qualidade, fazendo com que um fluxo constante de minério passe pela planta o tempo todo.

A operação a céu aberto de alto volume está localizada no Sudoeste de Gana, a aproximadamente 300 km por estrada da capital Acra. A mina a céu aberto fica a Noroeste de Tarkwa, uma cidade de 30 mil habitantes que abriga a Universidade George Grant de Minas e Tecnologia – a estimada instituição que formou muitos dos engenheiros de minas do país.

Em 2017, Tarkwa extraiu 103,8 milhões de toneladas para produzir 566,4 mil onças de ouro – alcançando 1,3 grama de produto por tonelada retirada. Com a qualidade caindo e as reservas se esgotando, o gerente Metalúrgico Henry Mensah Atakora e seus colegas devem garantir que as rochas permaneçam em movimento assim que são extraídas de algum de seus quatro poços.

“Por causa da nossa alta produção, não há margem para erros”, comenta Henry Atakora, que supervisiona todos os estágios de processamento na mina. “Cada segundo perdido afeta nossos índices. E isso representa um grande desafio para toda a equipe, porque não há margem para erros. Qualquer deslize significa que não alcançaremos nossos objetivos. Todos os equipamentos fixos, como britadores, moinhos e bombas, precisam estar funcionando bem”, avalia.

O minério é processado em uma planta eficiente e convencional de lixiviação de carbono (CIL). Originalmente comissionada em 1997 como uma operação de lixiviação em pilha, a mina de Tarkwa construiu em 2004 sua primeira planta CIL, com capacidade inicial de 4,2 milhões de toneladas por ano (Mtpa). Em 2007, a empresa iniciou obras de expansão para triplicar esse índice, chegando a 12,3 Mtpa, e a planta reformada foi comissionada em 2009.

A queda nas taxas de recuperação e o aumento da dureza do minério à medida que os poços se aprofundavam acabou levando a mina a encerrar todas as operações de lixiviação no final de 2013.

A Gold Fields

A Gold Fields Limited é uma das 10 maiores produtoras de ouro do mundo, com oito minas em operação na Austrália, Gana, Peru e África do Sul. A empresa produziu 2,16 milhões de onças de ouro em 2017 e possui reservas com cerca de 48 milhões de onças e recursos de aproximadamente cem milhões de onças.

A aplicação de uma alternativa mais viável de processamento acabou contribuindo para que a planta CIL conseguisse, mais uma vez, em 2014, aumentar sua capacidade para os atuais 13,5 Mtpa. “Como os níveis são baixos, precisamos movimentar muitas toneladas pelo circuito de britagem e por toda a planta. Na britagem, estamos falando de 40 a 45 mil toneladas de material processado por dia”, afirma Atakora.

A mina de Tarkwa confia nos britadores Sandvik há mais de 20 anos. Atualmente, a planta CIL possui seis britadores terciários Sandvik CH660 instalados em 2011 e dois Sandvik CS660 secundários instalados em 2012.

“Nosso material estava ficando cada vez mais duro e a produtividade se tornava uma preocupação cada vez maior, por isso decidimos trocar nossos H4000s, instalados no final dos anos 90, pelos CH660”, comenta Kofi Arhin, engenheiro da Planta. “Envolvemos engenheiros da Sandvik na análise de nossos desafios e gargalos. Não poderíamos ter concluído esse projeto sem a parceria. A equipe da Sandvik esteve totalmente envolvida, desde o primeiro dia, com o comissionamento dos novos britadores”, complementa.

A tecnologia dos nossos britadores evoluiu ao longo dos anos, por isso contamos com a Sandvik para o treinamento técnico.

O custo de operação da CIL é de 11 dólares por tonelada. Sua taxa de processamento de minério chega a 1.650 toneladas por hora. Já a disponibilidade da fábrica oscila entre 93% e 94%, consideravelmente acima da meta de 90%.

“É comum encontrarmos algumas restrições na área de moagem, mas, com o produto que vem dos britadores da Sandvik, estávamos inicialmente chegando a -25. Agora conseguimos otimizar o circuito para obter -17, o que proporcionou uma grande melhoria quando se trata das operações de moagem. Tem sido maravilhoso”, avalia Arhin.

Além de fornecer equipamentos de britagem duráveis, capazes de lidar com a exigente produtividade da mina, a Sandvik oferece capacitações técnicas aos operadores da planta e à equipe de manutenção para aprimorar seus conhecimentos e habilidades. O treinamento contribui para aumentar a segurança, confiabilidade e produtividade, reduzindo as horas de manutenção e aumentando a longevidade dos equipamentos.

“A tecnologia dos nossos britadores evoluiu ao longo dos anos, então contamos com a Sandvik para o treinamento técnico. Uma parte de nosso aprendizado e desenvolvimento é um programa liderado pela Sandvik com duração de uma semana, incluindo capacitações práticas. Ele realmente fortalece essa parceria”, comenta Arhin.

A planta CIL da Tarkwa também introduziu, em 2013, a manutenção baseada em condições que, segundo Arhin, preservou pinhões e outras peças de desgaste, além de contribuir para a alta disponibilidade. “A cada semana, extraímos amostras do óleo e enviamos ao laboratório para análise. Com isso, é possível prever problemas antes que eles aconteçam. Mas não fizemos isso sozinhos, fizemos com a Sandvik.

A equipe de serviço deles analisou alguns de nossos componentes de desgaste, percebeu que havia um problema com nosso óleo e recomendou ações para melhoria”, relembra.

“A Sandvik agrega muita experiência quando o assunto é realizar um diagnóstico dos problemas que encontramos, fornecer equipamentos e, claro, disponibilizar engenheiros e técnicos para resolver essas questões. Eles estão sempre prontos para vir e nos ajudar, fornecendo suporte extra e conhecimentos para garantir que nossos equipamentos continuem funcionando”, comenta Atakora.

<p>Henry Mensah Atakora, gerente metalúrgico.</p>

Henry Mensah Atakora, gerente metalúrgico.

<p>A mina de Tarkwa confia nos britadores Sandvik há mais de 20 anos. Atualmente, a planta CIL possui seis britadores terciários Sandvik CH660 e dois britadores secundários Sandvik CS660.</p>

A mina de Tarkwa confia nos britadores Sandvik há mais de 20 anos. Atualmente, a planta CIL possui seis britadores terciários Sandvik CH660 e dois britadores secundários Sandvik CS660.

A previsão é de que a mina Tarkwa produza cerca de 520 mil onças de ouro em 2018, em consonância com a revisão de cinco para seis anos do ciclo de vida útil de seu projeto atual. Nesse contexto, Arhin e sua equipe aproveitam o desafio de manter, e melhorar, a alta eficiência de processamento da planta CIL, para assim ajudar a manter o nível de fornecimento de material. “Sempre há pressão, sempre há exigências. Mas, com os recursos corretos, e com o suporte ideal dos OEMs, como a Sandvik, e do time gerencial podemos atingir qualquer meta”, finaliza Arhin.

Mina de ouro Tarkwa

A Tarkwa é uma mina de ouro a céu aberto da Gold Fields, localizada no Sudoeste de Gana. Ela foi inaugurada em 1997 e, desde então, produziu quase 10 milhões de onças de ouro. O minério é extraído de quatro grandes poços abertos: Pepe-Mantraim, Teberebie, Akontansi e Kottraverchy. A estimativa é de que a mina de Tarkwa produza 520 mil onças de ouro em 2018, em consonância com um plano revisado de vida útil da mina.