Uma operação limpa
Perfuratriz DB120 Romper rochas de grandes dimensões em minas subterrâneas envolve perigos e pode causar transtornos à produção. Uma nova perfuratriz, controlada à distância e dotada de um rompedor hidráulico, torna o rompimento secundário mais rápido e seguro.
ASSIM QUE A POEIRA da última detonação se dissipa, um problema aparece. Uma rocha de dois metros está firmemente pousada sobre o solo, bloqueando avanços na mina. As carregadeiras subterrâneas ficam paradas enquanto o supervisor de obras decide o que fazer, e a produção se paralisa. Normalmente, esse tipo de situação exige que se perfure o bloco para inserir explosivos e efetuar uma nova detonação. Como o problema costuma ocorrer durante o emprego de métodos de mineração em rocha dura, como abatimento por blocos e por subníveis e alargamento, esse procedimento torna-se perigoso.
“São métodos de mineração que geram blocos em posições que oferecem risco de acidentes, até mesmo fatais”, diz Sami Järventausta, gerente de engenharia da Sandvik. Esse foi um dos motivos que fizeram com que Järventausta e seus colegas fossem incumbidos de apresentar uma alternativa. O outro foi a necessidade de reduzir o tempo de interrupção do trabalho para a detonação da mina e a posterior dissipação dos gases perigosos resultantes da explosão. Muitas vezes, o acesso à mina precisa ser bloqueado por um ou mais turnos, levando a uma acentuada queda de produtividade. O mesmo efeito tem métodos alternativos, como o translado do bloco para rompimento em outro lugar mais conveniente.
Nenhuma rocha é grande demais
A pybar Mining Services, da Austrália, foi a primeira mineradora a utilizar a Sandvik DB120 em uma operação comercial. Trata-se de uma nova perfuratriz subterrânea remotamente controlada para o rompimento secundário de rochas de grandes dimensões através do método de perfuração e quebra por alargamento.
“Estamos usando a DB120 no processo de alargamento aberto para quebrar rochas grandes em fragmentos menores, mais facilmente removíveis”, conta Brad Watson, gerente de projetos da Pybar para a mina de cobre de Tritton, cuja operação está a cargo da empresa. “Podemos então continuar a desobstruir remotamente a mina.”
A Pybar é uma empresa de mineração e construção civil de 900 funcionários, sediada na província de New South Wales, que atua em toda a Austrália. Em Tritton, ela efetua os trabalhos de mineração subterrânea desde 2008. A mina, de propriedade da Straits Resources, produziu em 2009 mais de 24 mil toneladas de cobre.Brad Watson e sua equipe de 80 pessoas frequentemente precisam quebrar rochas que bloqueiam os pontos de carregamento ou são grandes demais para carregadeiras. Antes da aquisição da DB120, os explosivos eram a alternativa mais viável. Entretanto, por conta dos gases inflamáveis de enxofre liberados no processo (devido às propriedades da mina), a detonação precisava ser feita entre dois turnos, quando não houvesse operários trabalhando no lugar. “Se a rocha aparecia cedo, tínhamos de esperar um turno inteiro para explodi-la e retomar a extração”, conta Watson.
Agora, apenas duas horas após a identificação de um grande bloco, já é possível voltar à produção.
O resultado dos esforços da equipe de projetos de engenharia foi a Sandvik DB120, uma perfuratriz subterrânea especialmente voltada para a tarefa de rompimento secundário. Controlada remotamente via rádio e empregando o método de perfuração e alargamento, ela é capaz de quebrar blocos que atravancam pontos de carregamento em fragmentos menores, de uma distância segura, sem o uso de explosivos. O operador executa o processo a partir de um painel de controle portátil, que pode vir com uma tela de vídeo opcional integrada.
Projetada com base em um modelo de perfuratriz de superfície já existente, a DB120 conta com um cubo de roda e uma lança na qual se encontra acoplado um módulo hidráulico de perfuração com um rompedor, especialmente desenvolvido para essa aplicação. Há várias maneiras de executar um rompimento; para a DB120, os engenheiros da Sandvik projetaram uma distribuição de forças mais eficaz que a encontrada em outros modelos no mercado.
“O que a DB120 tem de realmente novo são a alimentação do rompedor e o modo como ela usa a perfuração feita para romper a rocha”, relata Ulla Korsman, gerente de linha de produtos da Sandvik.
Assim que a perfuratriz conclui a tarefa, o sistema automático de localização do equipamento posiciona o rompedor exatamente acima do furo aberto, sem mover a lança. Em seguida, o rompedor penetra no furo e chavetas em forma de cunha são hidraulicamente acionadas; duas chavetas externas se expandem até que o bloco rochoso se parta em dois. A operação é rápida e apresenta baixos níveis de ruído e poeira. Além disso, não há limites para o uso do equipamento: blocos maiores podem ser sucessivamente quebrados até atingirem o tamanho desejado, economizando tempo.
A máquina inteira é alimentada por um sistema hidráulico próprio a diesel, o que a torna auto-suficiente. Pesando 5,6 toneladas e apropriada para cabeceiras de três por três metros, a DB120 é ágil, compacta e de fácil posicionamento.
“Assim que você identifica o bloco rochoso, pode se livrar dele em duas horas”, comemora Brad Watson, gerente de projeto da Pybar Mining & Civil Contractors, a empreiteira responsável pela mina de cobre
de Tritton, 65 quilômetros a oeste de Nyngan, na Austrália.
Tritton é uma mina de alargamento aberto onde antigamente se levava um turno de 12 horas, ou mais, para remover uma rocha bloqueando um ponto de carregamento. Em maio de 2010, a Pybar testou pela primeira vez a DB120 em uma operação comercial, e decidiu adquiri-la em seguida (leia ao lado).
Sob o aspecto da manutenção, a DB120 comporta-se do mesmo modo que outras perfuratrizes comuns, com a ressalva de que as chavetas do rompedor hidráulico são peças desgastáveis, que devem ser substituídas.
“Nossos testes mostram que, em condições normais de uso, essa substituição não precisa ser frequente”, afirma Järventausta, da Sandvik. “O sistema de lubrificação automática ajuda a prolongar a vida útil das chavetas.”
Outra característica notável do equipamento, em termos de manutenção, é o fato de ele ser alimentado por um sistema de 12V, uma voltagem relativamente mais baixa e simples de lidar.
Åke R Malm