Cobre certo
Kalulushi, Zâmbia.Lanternas de capacetes brilham nos dois lados do declínio da mina Chibuluma da Metorex enquanto trabalhadores que fazem manutenção de rampa saem do caminho para deixar um veículo passar.
Operações otimizadas
Chibuluma e Sandvik são parceiras desde 2005. A Sandvik ajudou a mina a alcançar suas metas de custos e orçamentos, não apenas com uma frota moderna, mas por meio de um contrato de supervisão de manutenção, cursos de capacitação para os operadores locais e iniciativas Trans4Mine, que otimizaram operações e desenvolveram um método de avaliação de ativos cuidadosamente definido e alinhado ao planejamento da produção.
A Chibuluma equipou sua frota de equipamentos móveis subterrâneos com sistemas anticolisão e de detecção de proximidade. Baterias de lanternas de capacetes também receberam etiquetas transmissoras e receptoras, criando um sistema que alerta os mineiros e operadores de máquinas quando estão muito próximos um do outro.
É uma iniciativa de segurança exemplar na “Mina Modelo da Zâmbia”, como diz o aviso de boas-vindas no portão principal.
Chibuluma, no coração da província histórica de Copperbelt, tem perseverado por quase 60 anos, e os esforços de exploração continuam a estender a vida útil da mina.
A operação moderna e mecanizada está a apenas 12 km de Kitwe, centro industrial de 500.000 habitantes e segunda maior cidade do país, atrás da capital Lusaka.
A estrada de Kitwe para a mina é pavimentada, ao contrário de muitas outras da região, e é cheia de caminhões que transportam equipamentos industriais. Meia dúzia de cabras vagueia livremente ao longo da estrada, que possui barracas repletas de frutas e vegetais com as quais muitos jovens ganham a vida.
A Metorex, mineradora sul-africana de cobre e cobalto com ativos na Zâmbia e na República Democrática do Congo, adquiriu a Chibuluma quando o governo da Zâmbia privatizou a indústria de cobre do país na década de 1990, diante da queda dos preços das commodities.
A Zambia Consolidated Copper Mines (ZCCM) operava dez minas, três fundições, duas refinarias e uma planta de lixiviação de rejeitos. Como os preços do cobre despencaram, o governo dividiu a ZCCM em sete unidades e a vendeu.
A Chibuluma foi a primeira mina a ser privatizada, quando um consórcio comprou 85% da operação em 1997. A Metorex adquiriu a parte dos demais membros após a reorganização da empresa dois anos depois. O governo ainda detém 15% de participação.
Cobre e cobalto são extraídos em Chibuluma desde 1955. A Metorex minerou os corpos de minério leste e oeste até se exaurirem, em 2005. Em julho daquele ano, Chibuluma Sul se tornou a primeira mina subterrânea no cinturão do cobre em 30 anos, e continua a ser o principal ativo operacional na propriedade.
A Chibuluma iniciou uma extensa campanha de perfuração de exploração em 2010, o que elevou significativamente as reservas de minério e ampliou a vida útil da mina.
O projeto mais promissor da mina é Chifupu, propriedade de exploração de 1,7 km a sudoeste de Chibuluma Sul. Charles Sihole, gerente de segurança e serviços técnicos, diz que a mina já instalou grande parte da infraestrutura de superfície e começou a escavação.
A previsão é que a produção de minério comece no segundo semestre de 2015.
“O corpo de minério atual nos leva a 2017”, afirma. “Assim que Chifupu se concretizar, a mineração será feita em dois corpos de minério, e a vida da mina será estendida até 2021. É provável que vá além disso, porque ainda não determinamos totalmente a parte inicial do corpo do minério.”
Chibuluma anunciou em novembro passado o investimento de pelo menos 28 milhões de dólares em quatro promissores projetos de exploração que visam a aumentar ainda mais as reservas de cobre e a vida da mina.
“Se encontrarmos minério nessas áreas, podemos estimar a exploração em cerca de 30 anos e, então, o futuro será brilhante”, conta o gerente de engenharia Dyson Galatia.
O panorama da mina nem sempre foi bom. A Metorex colocou Chibuluma Sul sob compasso de espera quando os baixos preços dos metais e os altos custos operacionais tornaram a mineração não-lucrativa no início dos anos 2000.
Quando os preços do cobre atingiram níveis recordes nos últimos anos, a sorte da mina mudou e ela prosperou graças às taxas de produção mais altas e medidas de controle de custos.
Aprodução aumentou para mais de 48 mil toneladas de minério de cobre ROM mensais, a um teor aproximado de 3,4%. Chibuluma produz 18 mil toneladas de cobre por ano e emprega 600 trabalhadores, além de 200 prestadores de serviços.
Embora os custos de produção sejam geralmente mais elevados na Zâmbia que em outros países produtores de cobre, como Chile e Estados Unidos, Chibuluma está entre os custos de produção mais baixos do país devido, em grande parte, a um grande teor de minério que permaneceu elevado e porque a mineração ocorre em profundidades relativamente rasas, cerca de 600 metros, em uma área dominada por operações em poços profundos.
“Obviamente temos alguns desafios”, diz Sihole, cujas responsabilidades adicionais como gerente de serviços técnicos vão de inspeções a ventilação. “Além do próprio preço do cobre, que não podemos controlar, um desafio é sempre olhar para as melhorias de produtividade que podem surgir. Uma delas é a gestão e utilização da frota. Você realmente tem que aumentar as toneladas por hora que são transportadas para a superfície.”
A mina implementou programas para garantir que os caminhões estejam sempre com a capacidade máxima antes de transportar minério para a planta de britagem e que nada permaneça neles quando voltarem para o subterrâneo.
Chibuluma opera uma frota de nove caminhões Sandvik TH540 e TORO 40, quatro LHDs LH514 e uma LHD LH410 (TORO 7). A mina também usa uma perfuratriz DL311 (Solo 5-7C) para a produção de furos longos e um jumbo DD311 single-boom (Axera 5).
A maioria das máquinas está ativa no subterrâneo. A temperatura a 600 metros de profundidade não ultrapassa os 27 oC da superfície, mas a alta umidade faz parecer muito mais quente.
Chibuluma e Sandvik são parceiras desde 2005. A fornecedora tem ajudado a mina a alcançar suas metas de custos e orçamentos. Quando a Chibuluma precisou de apoio para otimizar as operações e fazer um cronograma de substituição de frota, a equipe Trans4Mine da Sandvik implementou um modelo de substituição específico.
Frota Sandvik em Chibuluma
A moderna frota de caminhões subterrâneos, carregadeiras e perfuratrizes da Sandvik ajudou a Chibuluma a aumentar a produção para mais de 48 mil toneladas mensais de minério de cobre ROM com um grau aproximado de 3,4%.
• Cinco caminhões TH540
• Quatro caminhões TORO 40
• Quatro LHDs LH514
• Uma LHD LH410 (TORO 7)
• Uma perfuratriz DL311-7 (Solo 5-7C)
• Um jumbo DD311 (Axera 5) single-boom
A mina agora tem um método de avaliação de ativos cuidadosamente definido e alinhado ao planejamento da produção.
“A Sandvik também ganhou uma visão valiosa sobre o processo de previsão de máquinas para garantir que estarão disponíveis quando um cliente exigir”, conta Danielle Nardini, gerente do projeto Trans4Mine.
A parceria estende-se para manutenção. Aswell Makungu, engenheiro mecânico da mina para todas as operações subterrâneas e algumas de superfície, diz que a Sandvik ajuda a resolver problemas de diagnóstico, entre outras questões de manutenção.
“Temos um contrato de supervisão com a Sandvik, em que tenho uma pessoa no local todos os dias”, diz Makungu. “O papel dela é verificar tudo o que fazemos, a qualidade está ligada a isso. Se a manutenção não for bem feita, a máquina não será liberada, por isso a Sandvik é muito envolvida nas operações do dia a dia.”
A Sandvik oferece cursos de capacitação tanto para artesãos locais inexperientes como para técnicos de manutenção veteranos, aos quais Galatia envia seus empregados todos os anos.
“Em termos de habilidades, temos pessoas muito competentes”, conta.
“O que faço é sempre levar minha equipe para cursos de reciclagem na Sandvik. Isso é uma obrigação.”
Galatia chegou à mina em 2001, como engenheiro mecânico, antes de ser promovido a gerente de engenharia em 2009. Agora, cuida de toda a engenharia da mina, no subsolo e na superfície.
Ele mantém a disponibilidade dos equipamentos em torno de 85% por meio de uma política de manutenção com foco na confiabilidade.
“Preciso de uma máquina confiável”, diz Galatia. “Que me dê as horas que quero em um dia, mês e ano.”
Para ajudar a garantir essa confiabilidade, Galatia também procura a Sandvik periodicamente para auxílio com auditorias de manutenção.
“Como uma mina, cuidamos de diferentes tipos de máquinas”, conta. “A Sandvik tem um tipo específico. Assim, a sua experiência é, na verdade, maior do que a nossa. Eles estão mais familiarizados com estas máquinas. Se tenho um problema, sempre telefono para a Sandvik para resolvê-lo para mim. Essa é a vantagem de ter a Sandvik ao meu lado.”
Sobre a Metorex e a Chibuluma
A Metorex é uma mineradora de cobre e cobalto com ativos de produção e desenvolvimento na Zâmbia e na República Democrática do Congo. Em 1997, a Metorex adquiriu 85% da Chibuluma, mina situada no coração de Copperbelt, no norte da Zâmbia. Os 15% restantes são controlados pelo governo da Zâmbia e pela Zambia Consolidated Copper Mines Limited (ZCCM). A mina produz 18 mil toneladas de cobre por ano e emprega 600 trabalhadores, além de 200 prestadores de serviços.
Texto: Eric Gourley/Fotos: Eric Gourley & Helge Olsén