Mergulho

Milhares de metros abaixo da superfície, na mais profunda mina de metais básicos do mundo, uma solução de carregamento automatizado melhora a segurança, aumentando a utilização e reduzindo o tempo de ciclo.

Amina de cobre e zinco da Kidd Operations em Timmins, Canadá, a 700 km de Toronto, é a mina de metais mais profunda do mundo, com 9.880 pés (3.000 metros) abaixo da superfície. Para se ter uma noção do quão profunda ela é, considere a CN Tower de Toronto, com 457 metros, a mais alta estrutura no hemisfério ocidental. Pode-se empilhar quase sete delas, uma em cima da outra, e a profundidade dessa mina não será atingida.

Automação profunda
A mineração em tal profundidade cria muitos desafios, técnicos – de sismicidade à pressão atmosférica, que aumenta as temperaturas, forçando sistemas de ventilação – e logísticos – levar colaboradores e materiais da superfície para alguns dos níveis de produção mais profundos pode durar mais de uma hora.

Saindo da superfície, uma gaiola leva grupos de colaboradores da mina para um nível a 4.700 pés (1.430 metros) abaixo da superfície. Ainda mais fundo, no nível 88 (que está a 8.800 pés ou 2.680 metros), a Sandvik LH514 trabalha de forma autônoma para maximizar a produção na zona mais movimentada da mina. Em outro nível, uma das quatro carregadeiras automáticas da mina se desloca em uma jazida e rapidamente re-emerge com um carregamento, uma área que está fechada devido a restrições sísmicas.

Kidd Operations

  • Nome da empresa: Kidd Operations
  • Empresa matriz: Glencore Canada Corporation
  • Localização da mina: 28 km ao norte de Timmins, Ontário, a cidade natal da estrela da música country Shania Twain
  • Número de colaboradores: cerca de 850, entre a mina e a planta; é o maior empregador do setor privado em Timmins
  • Produção anual de minério: 2,25 milhões de toneladas em 2016 – o equivalente ao volume de 76 Empire State Building
  • Principais metais produzidos: cobre e zinco, prata como subproduto
  • Produção anual de metais: aproximadamente 40 mil toneladas de cobre e 60 mil de zinco
  • Início das operações: 1966
  • Previsão de fim das operações: 2022
  • Profundidade da mina: 9.880 pés (3.000 m)
  • Distância da superfície para a base no túnel de estrada espiral: 24 km

A mina usa equipamentos Sandvik há 25 anos. Hoje, a Kidd Operations possui quatro carregadeiras Sandvik LH514 equipadas com Sandvik AutoMine Lite para deslocamento de material em alguns dos blocos mais baixos da mina.

O sistema de automação precisa de uma área isolada para garantir a segurança das pessoas que trabalham na mina, e uma porta de malha de aço – o mais próximo que qualquer um pode acessar – é a primeira barreira física. Além dela, há também uma barreira de luz infravermelha, que, se infringida, para imediatamente a carregadeira automática. Mesmo quando uma barreira é quebrada intencionalmente (para levar a máquina para manutenção programada, por exemplo) a mina realiza uma varredura detalhada do nível antes de reativar a operação.

Produtividade à distância
A Sandvik LH514 sai de vista para despejar a carga e, em seguida, retorna para mais um ciclo. Carregamento e descarregamento são feitos remotamente a partir da superfície com o sistema Sandvik AutoMine Lite. Sete câmeras a bordo e dois scanners mostram aos operadores o que está acontecendo em torno da carregadeira e lhes permitem intervir, se necessário. O equipamento percorre o caminho entre a jazida e o local de despejo por conta própria, uma vez que já foi “ensinado” para onde ir.

Um olhar crítico sobre utilização e eficiência levou a Kidd Operations a soluções como o Sandvik AutoMine. Ryan Roberts, gerente de operações da mina, reconhece que o atual ambiente de mineração é desafiador, mas o objetivo é o mesmo de sempre: extrair, de forma segura e eficiente, o máximo de toneladas do solo.

“Temos que fazer tudo o que podemos para manter nosso custo o mais baixo possível, mas isso não deve mudar caso o preço do metal esteja maior ou menor”, ressalta.

Maiores taxas de utilização
O uso de carregadeiras AUTOMÁTICAS aumenta a complexidade da operação. As áreas onde elas se deslocam precisam ser fechadas para o pessoal – em algumas minas, como a Kidd Operations, isso pode abranger um nível inteiro – e os mecânicos precisam ser treinados para lidar com componentes automatizados. Apesar dessas complexidades, há benefícios claros, de acordo com Roberts.

“A utilização de carregadeiras automatizadas é 12% maior do que a das manuais”, afirma. “Elas são muito mais utilizadas porque nós não precisamos parar devido a detonação, condições de gases ou restrições sísmicas. E elas podem funcionar enquanto as pessoas sobem e descem.”

Jeff Sullivan, especialista em automação da Kidd Operations, diz que o sistema Sandvik AutoMine Lite foi originalmente trazido para aumentar a produtividade, reduzindo o tempo de inatividade entre os turnos.

Elas têm utilização mais elevada porque nós não precisamos parar para detonar

“Nossos turnos habituais eram de cerca de 10 horas, e perdíamos quase duas horas do primeiro. Gastamos muito tempo para viajar para o subterrâneo, devido à profundidade da mina e nas viagens de ida e volta para o local de trabalho”, conta.

A Kidd se beneficia com a capacidade de operar a sua Sandvik LH514 automatizada por até 21 horas por dia, um aumento de 30% em horas de produção efetivas em comparação às carregadeiras convencionais. A mina ainda reduziu a sua frota total de carregadeiras em três unidades, em parte devido aos ganhos que obteve com o Sandvik AutoMine Lite.

“Com a automação, temos muito mais horas em nossas unidades”, explica Andy Saindon, engenheiro coordenador de produção da mina. “Podemos operar entre os turnos e também durante restrições sísmicas após detonação ou quando os níveis de gases estão acima dos aceitáveis para as pessoas.”

Os operadores receberam bem as unidades automatizadas, de acordo com Saindon. “Eles gostam porque é mais seguro e confortável do que operar dentro da mina, e eles estão longe dos riscos, do pó e do vapor”, diz.

<p>A Kidd Operations começou a minerar em 1966 e a mina estendeu sua vida de produção para 2022.</p>

A Kidd Operations começou a minerar em 1966 e a mina estendeu sua vida de produção para 2022.

<p>Sete câmeras a bordo e dois scanners mostram aos operadores na superfície o que está acontecendo em torno da carregadeira e lhes permitem intervir, se necessário.</p>

Sete câmeras a bordo e dois scanners mostram aos operadores na superfície o que está acontecendo em torno da carregadeira e lhes permitem intervir, se necessário.

<p>A Kidd Operations utiliza quatro carregadeiras Sandvik LH514 equipadas com Sandvik AutoMine Lite para operar em alguns dos blocos mais baixos da mina.</p>

A Kidd Operations utiliza quatro carregadeiras Sandvik LH514 equipadas com Sandvik AutoMine Lite para operar em alguns dos blocos mais baixos da mina.

Conhecendo e vencendo desafios
Na superfície, as carregadeiras Sandvik automatizadas são monitoradas por pessoas em estações de trabalho separadas, concentrando-se em duas telas de computador. As telas podem mostrar a posição de cada equipamento Sandvik em um mapa, a vista da carregadeira por uma câmera a bordo ou até mesmo a operação de um rompedor de rocha subterrâneo. Vários níveis de material passam para os níveis de transferência, e a mina pode mover suas carregadeiras automáticas e transferir para maximizar a eficiência da frota de produção. O transporte é o gargalo da produção da mina e a Kidd Operations trabalha com a Sandvik para reduzir o tempo de ciclo nessas áreas cruciais.

Sullivan cita alguns desafios da mineração em uma profundidade tão grande. “Temos uma enorme pressão da rocha na estrutura da mina, altas temperaturas, umidade elevada, problemas de ventilação – é difícil obter ar no fundo, mas precisamos garantir que nossos colaboradores e equipamentos tenham ar com qualidade para trabalhar”, diz. “A carregadeira automatizada Sandvik nos permite operar em áreas da mina em que normalmente não é possível enviar pessoas, como as propensas a atividade sísmica após detonação ou onde restrições de gás podem limitar o acesso humano.

“Nós temos que tirar esse material do solo – não podemos deixá-lo lá”, explica. “Podemos, então, assumir o controle do nível, porque quando operamos de modo automatizado, somente o equipamento opera lá”.

Após a Kidd Operations implementar com sucesso o sistema Sandvik AutoMine Lite, a mina trabalha com a Sandvik para melhorar continuamente. “Setup e relocação das melhores carregadeiras automáticas e desenvolvimento de áreas isoladas para assegurar proteção são os próximos passos para a maximização da produção”, conclui Sullivan.

Solução Sandvik

A Kidd Operations usa carregadeiras Sandvik há 25 anos, e a Sandvik entregou quatro carregadeiras Sandvik LH514 equipadas com Sandvik AutoMine Lite para a mina de cobre Kidd Operations no Canadá. A mina recebeu o primeiro sistema há quatro anos, em 2012, e receberá um quinto até o final de 2016. Os sistemas contribuíram significativamente para a produtividade e para a saúde e segurança dos colaboradores. Com os sistemas automatizados, eles podem trabalhar em uma sala com ar condicionado na superfície.

Sentado em uma cadeira confortável na frente de monitores de computador, um operador pode ver um mapa que mostra exatamente onde a carregadeira está a qualquer momento e câmeras a bordo exibem uma imagem contínua do que está ao seu redor.