Subterrâneo especializado

RAJASTHAN, ÍNDIA. Treinar operadores de jumbos subterrâneos é a chave para a expansão bem-sucedida das minas de Hindustan Zinc, no noroeste da Índia.

Filmes como James Bond contra Octopussy e O exótico Hotel Marigold mostram o Rajastão (na Índia) como uma exótica terra turística com lagos, desertos e palácios. Embora o turismo seja importante para a economia da região, é no terreno repleto em minerais que as riquezas realmente estão.

O solo, juntamente com o clima seco e quente, produz trigo, cevada, algodão e tabaco em abundância. O mármore branco do local foi usado para construir o icônico Taj Mahal, e a região também produz grande parte do cimento e sal do país. Ao lado do zinco, do chumbo e da prata extraídos pela Hindustan Zinc Limited (HZL), outras operações de mineração produzem ouro, arenito, calcário e cobre.

O aumento da demanda por aço galvanizado tem impulsionado o crescimento da HZL. A indústria automotiva indiana está desfrutando de um período de crescimento e as grandes cidades estão investindo em novas infraestruturas, como sistemas de trânsito rápido. Para atender a essa enorme demanda por metais, a HZL passou suas operações de mineração de superfície para totalmente subterrânea em apenas quatro anos.

A mina subterrânea Sindesar Khurd (SK) foi inaugurada em 2006 com uma capacidade inicial de apenas 300.000 toneladas. Após várias expansões, a SK passou para 1,7 milhão de toneladas e, de novo, para 5,3 milhões de toneladas anuais de minério em um período de cinco anos. A expansão está longe de acabar.

O tempo de atividade do equipamento é essencial para a HZL. Para apoiar o rápido crescimento da empresa, a Sandvik transformou seu contrato padrão de Pós-Venda em um contrato de desempenho, em que o OEM assume total responsabilidade pela manutenção de sua frota.

Hindustan Zinc

Parte do Grupo Vedanta, a Hindustan Zinc é uma empresa de exploração de zinco, chumbo e prata. Em suas cinco minas na região do Rajastão, tem uma capacidade de produção de mais de um milhão de toneladas por ano e é uma das maiores produtoras integradas de zinco do mundo. A empresa também opera usinas de geração de energia e plantas de processamento e refino de chumbo e de zinco.

Ao instalar oficinas no local, implementar um plano de melhoria interna com princípios lean e uma campanha abrangente de segurança, a Sandvik foi capaz de melhorar a confiabilidade dos equipamentos em 30% em apenas seis meses. A disponibilidade das unidades na SK aumentou de cerca de 65-70% para 75-80%.

O acesso à mina é feito através de dois declives, e ainda este ano o transporte de minério deve ser feito através de um novo shaft de produção de um quilômetro de profundidade. Após o comissionamento, a capacidade total anual de transporte da mina aumentará de 4,5 milhões para 6,0 milhões de toneladas. Com uma reserva de recursos minerais prevista de 91,4 milhões de toneladas, muitos novos operadores serão necessários nos próximos anos.

Encontrar pessoas com as habilidades necessárias nas proximidades da mina é um desafio para a HZL. A maior parte dos colaboradores da empresa são da região, e historicamente essas pessoas simplesmente aprenderam com a prática. Mas com a rápida expansão e a digitalização caminhando juntas, isso precisa mudar.

“Estamos interessados nos equipamentos inteligentes de última geração que a Sandvik produz, mas a escassez de habilidades profissionais na Índia está nos impedindo de utilizar os equipamentos em sua capacidade total”, explica Sanjay Sharma, diretor da HZL na mina SK.

Para fechar esse gap o mais rápido possível, a HZL investiu em um novo centro de treinamento. E a Sandvik ajudou a criar o centro de excelência para operadores de perfuração. Dos colaboradores Sandvik na SK, dois são dedicados aos treinamentos teórico e prático. Workshops são realizados regularmente para operadores dos jumbos e das carregadeiras, enquanto o programa “treine o instrutor” também está em andamento com o time da HZL.

A Sandvik também possui sua própria academia de treinamento na Índia para profissionais recém-graduados, com o objetivo de ajudar a desenvolver um pool de talentos para a indústria de mineração. Mais da metade dos matriculados no curso de formação de 18 meses da academia estão sendo desenvolvidos especialmente para a HZL.

Dentro da empresa, a mina SK é conhecida como a mina Sandvik.

Centenas de colaboradores da Sandvik apoiam as operações da Hindustan Zinc em cinco locais, com até 200 deles na SK ao mesmo tempo. Duas grandes oficinas no local ajudam a garantir uma manutenção eficiente e o fornecimento constante de peças de reposição, e a Sandvik ajuda a treinar a próxima geração de operadores em seus equipamentos de ponta.

O operador Jagdeesh Chandra Paliwal valoriza a comunicação entre os operadores e a equipe da Sandvik. “É importante escutá-los”, ressalta. “O suporte técnico da Sandvik responde rápido. Eu aprendo com eles e eles me ouvem quando preciso explicar algo prático.”

O Rajastão é uma das regiões mais quentes da Índia, e está a poucas horas do árido e inóspito Grande Deserto Indiano. Apesar das temperaturas atingirem regularmente 40 oC na superfície, o moderno sistema de ventilação mantém a mina subterrânea menos quente. Morador da região que se orgulha de trabalhar na SK há 11 anos, Paliwal está acostumado com as condições desafiadoras dentro e ao redor da mina. Mesmo assim, ele é grato pelo ar-condicionado na cabine do Sandvik DL421, algo que ele nem sempre teve. “Comecei trabalhando no Sandvik DL310, mas nos últimos dois anos tenho operado o Sandvik DL421”, conta. “Estou muito feliz com ele. Tem tudo que preciso para fazer o trabalho técnico, mas o que mais me alegra é o ar-condicionado, pois posso trabalhar com conforto por mais tempo. São recursos assim que mostram como a Sandvik entende as necessidades de um operador em condições desafiadoras.”

O diretor de Operações da HZL, Laxman Shekhawat, credita aos equipamentos Sandvik o sucesso da expansão.

O diretor de Operações da HZL, Laxman Shekhawat, credita aos equipamentos Sandvik o sucesso da expansão.

Paliwal afirma que seu maior desafio é lidar com as mudanças de características das rochas. Ele frequentemente encontra bancadas de estratos duros, e é nesses casos que ele realmente valoriza a capacidade técnica do Sandvik DL421. “Manter-se no plano de perfuração não é fácil quando encontro uma rocha dura”, explica. “O modo automático do Sandvik DL421 é inteligente o suficiente para ajustar a pressão corretamente para garantir a qualidade da perfuração e o cronograma.”

Não são apenas os operadores que valorizam essa atenção aos detalhes, que vai muito além dos jumbos. A HZL utiliza s equipamentos de todo o portfólio da Sandvik na Índia. Especialmente na mina SK, onde quatro em cada cinco equipamentos possuem a inconfundível cor laranja da Sandvik.

Mesmo que o jumbo para furos longos Sandvik DL421 eletro-hidráulico seja a combinação ideal para a produção em larga escala atualmente em curso na SK, Laxman Shekhawat, diretor de Operações da HZL, dá créditos do sucesso da expansão a outros equipamentos Sandvik.

“As carregadeiras subterrâneas de 21 toneladas foram totalmente transformadoras para nós”, destaca. “Não poderíamos ter crescido tão rapidamente sem o excelente suporte e os equipamentos de mineração de ponta da Sandvik. Tanto que, aqui na empresa, a mina SK é conhecida como a mina Sandvik.”

Com um progresso tão rápido e a confiança na Sandvik vêm grandes expectativas para o futuro. A alta taxa de utilização do equipamento Sandvik está ajudando a SK a cumprir suas metas agressivas de crescimento. Visando ainda mais crescimento, a equipe está fazendo tudo o que pode para manter essas taxas de utilização o mais altas possível. Este trabalho é possível com o contrato de desempenho em vigor com a HZL, que Mohammad Imran, gerente de Operações da Sandvik, diz ser um dos maiores da empresa. “Na SK temos 70 equipamentos, duas oficinas e até 200 profissionais disponíveis quando e onde precisamos”, conta. “O contrato que temos em vigor incentiva a garantir que o equipamento esteja funcionando nos níveis ideais de eficiência, o tempo todo. Isso impacta em todos os aspectos do nosso trabalho diário, desde o monitoramento das condições até a manutenção preventiva e a segurança.”

A HZL colocou em prática muitas iniciativas de segurança da Sandvik, como a área de foco do mês, uma iniciativa que a HZL agora implementa em todas as suas unidades. “A HZL nos vê como parceiro de negócios, não como fornecedor”, acrescenta Imran. “A alta administração confia tanto em nós que nos pediu para realizar inspeções de segurança de outros OEMs na SK.”

Para alcançar sua ambiciosa expansão, a HZL planeja fazer da SK a primeira mina totalmente digital da SK Índia, tendo a Sandvik como um parceiro importante. Sharma explica que eliminar a intervenção manual e melhorar a eficiência operacional são os principais fatores por trás da digitalização. “Equipamentos mais inteligentes e operadores mais qualificados levam a um ambiente mais seguro e eficiente”, reforça.

A equipe da Sandvik já implementou a tecnologia de monitoramento de condicionamento e rastreamento de equipamentos OptiMine Analytics na SK.

A SOLUÇÃO SANDVIK

O acordo em vigor entre a Sandvik e a HZL é um dos maiores contratos de desempenho da Sandvik no mundo. Só na mina Sindesar Khurd, a presença Sandvik inclui:

  • 27 caminhões, incluindo os modelos Sandvik TH663 e Sandvik TH550
  • 20 carregadeiras, incluindo os modelos Sandvik LH517 e Sandvik LH621
  • 20 jumbos, incluindo os de furos longos Sandvik DL421 e Sandvik DL310 e os de desenvolvimento Sandvik DD421 e Sandvik DD321
  • Várias ferramentas para perfuração de rochas e o software OptiMine
  • Serviços, peças de reposição, suporte técnico

“Agora podemos gerar alertas e tomar medidas prioritárias antes da falha de um componente, reduzindo assim o tempo de inatividade não planejado”, explica Imran. “O próximo passo é instalar o software em todos os equipamentos da SK, não apenas nos da Sandvik, para minimizar as interações entre pessoas e máquina e entre máquinas.”

Enquanto todos na HZL estão focados na tecnologia e automação necessárias para alcançar as ambiciosas metas de expansão, até mesmo os gerentes mais experientes continuam reforçando a importância fundamental do operador.

Sharma ressalta que a empresa não poderia considerar a expansão sem os operadores. “Quase todos eles vêm da comunidade local”, diz. “Eles têm orgulho de trabalhar para a HZL e são muito apaixonados por sua profissão. É por isso que nos esforçamos tanto para melhorar as condições na mina, introduzindo tecnologia que lhes permita fazer um trabalho melhor, com mais segurança do que nunca.”