<p>No processo de “perfuração e desmonte”, 60% do tempo é gasto com atirantamento.</p>
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No processo de “perfuração e desmonte”, 60% do tempo é gasto com atirantamento.

Melhorias que geram resultados

Despontando no mercado, a mineradora Agnico Eagle aprova novos planos de exploração enquanto busca por ouro a quase 3 mil metros abaixo da superfície, com eficácia e segurança.

Existe ouro na região sudoeste de Quebec, no Canadá. O mineral é encontrado geralmente em rochas vulcânicas que foram sedimentadas há mais de 2,7 bilhões de anos em terrenos que eram, na época, cobertos pelo mar. Este é o lar do cinturão de ouro de Abitibi, uma região que já produziu mais de cem minas e 170 milhões de onças de ouro desde o início do século 20. O Val d’Or, “vale do ouro” em francês, fica praticamente na “fivela” do cinturão de Abitibi, e produziu sozinho cerca de 45 milhões de onças de ouro desde os anos 1930.

Principal operação da Agnico Eagle, a mina LaRonde fica a aproximadamente 60 quilômetros a oeste de Val d’Or. A mineradora canadense é especialista na extração desse precioso metal brilhante. Desde que o preço do ouro despencou mais de 40% em relação à alta de 2011, a Agnico Eagle fez mais do que sobreviver: ela prosperou. No terceiro trimestre de 2015, para cada dólar de ouro que a robusta mineradora vendeu, o lucro bruto foi de 49 centavos – o melhor desempenho entre as 15 grandes produtoras, de acordo com a Bloomberg Business.

Sobre a LaRonde

  • Localização: Entre Val d’Or e Rouyn-Noranda, Quebec, Canadá
  • Tipo de mina: Subterrânea
  • Estimativa de vida da mina: 2024
  • Produção em 2015: Ouro: 267.921 oz de ouro, Prata: 1,275 milhão oz, Zinco: 10.515 toneladas, Cobre: 4.997 toneladas.
  • Custo total em 2015: US$ 590 / oz ouro
  • Rendimento planejado: 7.200 toneladas por dia
  • Colaboradores: 841

LaRonde é uma mina que produz 7.200 toneladas por dia. Sua planta de beneficiamento já produziu 4,6 milhões de onças de ouro, e a mina ainda tem cerca de 3,4 milhões de onças em reservas confirmadas e estimadas. Em 2015, a produção sustentável de ouro na LaRonde chegou a 267.921 onças. A mina também produziu 1,275 milhão de onças de prata, 10.515 toneladas de zinco e 4.997 toneladas de cobre nesse mesmo período.

As operações na mina são precisas e calculadas. Os metais extraídos são processados em seu próprio centro de beneficiamento, que fica literalmente do outro lado da rodovia, em frente à mina. A Agnico Eagle espera aumentar a taxa de produção de ouro na LaRonde, mas, para isso, a mina atual deve ser expandida na única direção possível: para baixo.

“Depois de termos descoberto e extraído o corpo de minério da LaRonde entre 2000 e 2012, nós planejamos escavar mais fundo”, afirma Christian Goulet, superintendente-geral de mina. “É o mesmo corpo de minério, mas, desde 2012, a mineração é feita abaixo de 2,5 quilômetros. É o que chamamos de expansão da LaRonde.

Nosso próximo passo é realizar um estudo de viabilidade para uma possível LaRonde 3, que ficaria entre 3,1 e 3,7 quilômetros abaixo do nível do solo”.

Antes do início de seus turnos, nas primeiras horas da manhã, os mineiros reúnem-se em volta da bem iluminada área de preparação, dentro das modernas instalações da Agnico Eagle, enquanto se preparam para descer 2.800 metros e começar mais um dia de trabalho. Há firmeza em seus passos e leveza em seus semblantes, frutos da confiança nas próprias capacidades. O riso ecoa enquanto o elevador desce, mas é subitamente interrompido quando o alarme dispara, indicando que chegaram ao seu destino.

<p>O atirantamento gera economia de tempo e de gastos, ao mesmo tempo em que garante a segurança da equipe.</p>

O atirantamento gera economia de tempo e de gastos, ao mesmo tempo em que garante a segurança da equipe.

<p>Essa relação próxima permitiu que Lacroix fizesse modificações personalizadas na perfuratriz, trocando o motor de avanço para garantir uma perfuração mais estável e o uso de uma mangueira maior, permitindo a limpeza mais rápida dos furos.</p>

Essa relação próxima permitiu que Lacroix fizesse modificações personalizadas na perfuratriz, trocando o motor de avanço para garantir uma perfuração mais estável e o uso de uma mangueira maior, permitindo a limpeza mais rápida dos furos.

Só o fato de buscar ouro e outros metais preciosos em um lugar tão profundo já é intimidador. A 2,8 quilômetros abaixo da terra, a temperatura sobe para aproximadamente 30ºC. Adicione a isso o calor gerado pelo equipamento e as condições de trabalho podem se tornar severas, motivo pelo qual a empresa instalou uma unidade de refrigeração para aliviar a tensão do calor. E também há os tremores de terra. A essa profundidade, abalos sísmicos são rotina, e não exceção. Frequentemente, ouve-se um barulho nítido que faz tremer a terra e todos aqueles dentro dela.

“No caso da LaRonde, é vital conhecer bem as condições da mina”, afirma Stephane Lacroix, gerente de serviços de campo da Sandvik Mining. “Às vezes acontecem alguns abalos sísmicos incrivelmente barulhentos”.

Goulet concorda, apontando a questão dos tremores como um dos grandes desafios da mina.

“Quanto mais fundo, maior a pressão nas rochas”, explica. “Elas também se tornam mais quebradiças entre 2,5 e 3 quilômetros, o que aumenta a sismicidade. Então temos que adaptar o apoio de solo, instalar vários sensores sísmicos e seguir cuidadosamente os protocolos de segurança toda vez que os tremores acontecem”.

Richard Audet, especialista em otimização de equipamentos de perfuração da Agnico Eagle, afirma que a segurança dos trabalhadores é prioridade absoluta. Seu trabalho envolve a melhoria contínua das operações, principalmente perfuração, por isso ele sabe bem como tudo funciona na mina. Ele conta que no processo de “perfuração e desmonte”, 60% do tempo é gasto com atirantamento. Cumprir essa etapa com eficiência gera economia de tempo e de gastos, ao mesmo tempo em que garante a segurança da equipe.

“Devido à formação das rochas de lá, nós temos que usar tirantes diferentes das outras minas”, afirma Audet. “Por isso o desempenho da perfuratriz é tão importante. É fundamental que os furos sejam feitos com suavidade e que os tirantes sejam instalados com facilidade. Nossos operários estão trabalhando duro nas instalações, então nosso desafio é fornecer a eles uma perfuratriz eficaz e confiável. Graças à nossa relação com a Sandvik, conseguimos isso com a implantação da Sandvik RD314”.

Audet explica como a empresa chegou a esses benefícios na perfuratriz. Em 2014, a LaRonde comprou algumas ferramentas de corte da Sandvik para serem usadas no equipamento de um concorrente. Entre elas, estavam algumas perfuratrizes Sandvik RD314. O monitoramento do desempenho do equipamento é parte do seu trabalho, então, quando Audet percebeu um aumento na produção e na confiabilidade, ele decidiu fazer a mudança completa.

Perfuratriz Sandvik RD314

DIMENSÕES PRINCIPAIS
Diâmetro do furo – atirantamento: 33 – 43 mm
Diâmetro do furo – perfuração: 43 – 51 mm
Diâmetro do furo – alargamento: 64 – 89 mm
Potência: 14 kW
Frequência de percussão: 110 Hz

PRESSÃO OPERACIONAL
Percussão (atirantamento): 120 – 180 bar
Percussão (perfuração): 120 – 180 bar
Rotação (máx): 175 bar
Tipos de motor de rotação: OMS 100 ou OMS 125

HASTES DE PERFURAÇÃO
Atirantamento: R32 – HEX25 – R25
Perfuração: Hastes HEX35 mm

PUNHOS
Atirantamento: R32 (fêmea)
R32 (macho curto, somente para atirantamento)
Perfuração: R32 , T38, T35 (machos)
Peso: 122 kg (atirantamento)
127 kg (perfuração)

“A Sandvik RD314 faz um furo em 50 a 60 segundos, em média”, conta Audet. “A da concorrente faz entre um minuto e 10 segundos e um minuto e meio, ou seja, ela é 20% mais lenta. No período de um mês, a diferença na eficiência da perfuração chega a 1.500 metros. Nós acabamos economizando 50 centavos [de dólar canadense] por metro, e, fazendo 90.000 metros por bolter, a economia anual é de US$ 45.000 por equipamento”.

“Stephane Lacroix, da Sandvik, trabalhava junto comigo na época, e foi aí que nós decidimos implantar um plano de mudança para colocar as Sandvik RD314 em mais equipamentos”, conta Audet. “Isso foi há dois anos. Atualmente, nós temos oito máquinas, de uma frota de 12 operando com a perfuratriz Sandvik RD314”.

Essa relação próxima permitiu que Lacroix fizesse modificações personalizadas na perfuratriz, trocando o motor de avanço para garantir uma perfuração mais estável e o uso de uma mangueira maior, permitindo a limpeza mais rápida dos furos. “Depois dessa e de outras pequenas alterações, nós tínhamos uma perfuratriz muito mais eficiente”, afirma Lacroix.

“Ela faz em média 500 horas antes de ser levada para manutenção preventiva. Nós fazemos as modificações de acordo com as necessidades da mina, por isso precisamos ter, acima de tudo, uma boa comunicação, justamente para entender essas necessidades”.

Goulet completa: “Nós gostamos dos equipamentos da Sandvik e acreditamos que eles se encaixam em nossa estratégia global. Escolhê-los foi uma boa jogada, uma vez que são mais produtivos e apresentam maior disponibilidade, então a economia é muito clara. Sempre buscamos uma situação de ganho mútuo, e com essas equipamentos nós podemos nos concentrar em nossos planos de expansão e em cumprir os prazos de entrega e os orçamentos”.