O ciclo da vida útil
No início de 2019, a Sandvik Mining and Rock Technology iniciou uma colaboração com o Instituto Internacional de Economia Industrial e Ambiental (IIIEE) da Universidade de Lund. O objetivo? Ajudar seus negócios a se tornarem mais sustentáveis. O aluno de mestrado Ricardo Losa então iniciou um projeto de pesquisa para ajudar a Divisão de Carregamento e Transporte a adotar um modelo circular. Ele contou à Solid Ground o que descobriu e como a implementação dessas mudanças pode trazer muitos benefícios para a Divisão e, claro, para os clientes.
P: Como se envolveu no projeto de pesquisa para trazer uma economia circular à Divisão de Carregamento e Transporte da Sandvik Mining and Rock Technology?
R: Christina Hansson, especialista em EHS global da Sandvik, foi aluna do IIIEE. Ela entrou em contato com um de nossos professores para avaliar o interesse dos estudantes do Instituto em trabalhar com a Sandvik Mining and Rock Technology, especificamente com a Divisão de Carregamento e Transporte. A Sandvik entendeu que a implementação de uma economia circular poderia trazer benefícios econômicos, ambientais, sociais e de sustentabilidade. Comecei minha jornada de pesquisa tentando entender o contexto em que a Divisão trabalha, e descobri que eles já estavam fazendo muito em relação à circularidade.
P: Quais sugestões você fez com base em sua pesquisa?
R: Depois de avaliar a metodologia, verifiquei se eu poderia ser eficaz no apoio à implementação de uma economia circular, e fiz algumas sugestões de melhoria. Juntamente com a Sandvik, priorizamos essas sugestões em três categorias: trabalho com fornecedores, fortalecimento do programa de reformas e foco no design do produto.
P: Começando com OS fornecedores: Como eles podem ajudar a Divisão a alcançar uma economia mais circular?
R: Um dos pilares de uma economia circular é melhorar a eficiência de recursos e energia. Os fornecedores podem fornecer à Sandvik materiais mais sustentáveis ou reciclados para tornar o equipamento mais leve ou mais econômico. A Sandvik já tem uma meta de ser 90% circular até 2030 e deseja que seus fornecedores façam o mesmo, portanto é um bom ponto de partida. A Sandvik também planeja introduzir um modelo circular em toda a sua cadeia de suprimentos.
P: E como o programa de reformas pode apoiar o modelo circular?
R: O programa de reformas, no qual equipamentos mais antigos são recondicionados com novas peças a um custo menor do que equipamentos completamente novos, é a personificação de uma economia circular. É uma grande fonte de vantagem competitiva, portanto deve ser o mais eficiente possível. Uma maneira é padronizar os kits para atender os clientes mais rapidamente, reduzindo o tempo de inatividade e aumentando a produtividade. Um pequeno obstáculo a essa sugestão é que, com a padronização, os clientes perdem a personalização, mas isso pode ser resolvido focando em peças que mais se desgastariam e preparando-as para a substituição. O restante poderia ser personalizado de acordo com a solicitação do cliente.
Também é benéfico que os especialistas em Peças & Serviços sejam responsáveis pelo programa, pois eles podem compartilhar informações vitais sobre o que os clientes precisam com a Divisão de Carregamento e Transporte, e podemos incluir essas atualizações nas renovações mais recentes dos equipamentos.
P: Como as melhorias de design afetam a circularidade?
R: Vários especialistas acreditam que o design é o primeiro e mais importante passo para viabilizar uma economia circular. Para a Divisão de Carregamento e Transporte, isso significa criar componentes duráveis a partir de material reciclável, para que possam ser facilmente desmontados no final do ciclo de vida. Isso deve ser feito de forma que todos os componentes valiosos possam ser separados para serem reciclados com eficiência. Além disso, o equipamento deve incluir o menor número possível de combinações de materiais, para que a separação de componentes – plástico e metal, por exemplo – não seja um problema.