Precisão planejada

ESTOCOLMO, SUÉCIA. A perfuração e a detonação no centro viário de Estocolmo exigem pulso firme, planejamento perfeito e um equipamento ágil que possa fazer o trabalho com precisão.

A detonação começou. Nove anos de planejamento minucioso de logística para demolir o antigo e construir um complexo viário completamente novo que liga o distrito de Södermalm à Cidade Velha medieval – permitindo o fluxo ininterrupto de 480 mil pessoas por dia – o projeto começa para valer. O vento está frio na manhã de fevereiro. Às nova horas, um sinal de alerta interrompe o fluxo de bicicletas e pedestres. O “bum” abafado abaixo dos tapetes de detonação, seguido por uma pequena vibração, indica o que está acontecendo. Mesmo assim, são poucos os que dão atenção aos cálculos precisos que possibilitaram a detonação de 50 kg de explosivos em uma área tão densamente povoada. Cerca de 4.000 pessoas vivem em um raio de 500 metros do canteiro de obras. Oitocentas trabalham na no local e cerca de 480 mil passam pelo centro movimentado todos os dias, nesta antiga área chamada Slussen, a maioria de ônibus ou metrô. “O aspecto mais desafiador desse trabalho é a localização”, conta Anders Hoffman, gerente de Projeto da Skanska AB, uma das maiores construtoras desse enorme projeto que envolve mais de 25 contratos diferentes. “O fluxo de transporte nunca pode ser interrompido pela construção, e isso requer um planejamento completo. Precisamos remover pelo menos 10 mil m3 de rocha. Em outro local, isso poderia ser feito em uma única grande detonação. Aqui vai demorar um ano.”

A cidade de Estocolmo quer substituir o velho e degradado complexo viário, construído na década de 1930, por um novo que possa acomodar o fluxo atual, abrindo mais espaço para os ciclistas e transportes públicos. A área também será transformada em um local onde novos cais darão acesso à água para melhorar a utilização deste ponto de encontro entre o Mar Báltico e o lago Mälaren. A conclusão está prevista para 2025. A história está por toda parte. No momento, não parece nada mais que um grande buraco no chão. Mas os transeuntes curiosos podem identificar o que resta das telhas amarelas do supermercado do antigo shopping subterrâneo e vestígios de atividade humana foram descobertos em outro canto da área escavada: várias escadas de casas construídas no século XV.

Solução Sandvik

A Dino DC400Ri com prolongador hidráulico provou ser uma boa escolha para o projeto Slussen – fácil de transportar, compacta e flexível. É adequada para um canteiro de obras com espaço limitado e perfura furos verticais e horizontais. A Dino DC400Ri tem baixo nível de ruído, o que é importante em locais próximos de área residencial. É igualmente importante minimizar a poeira, por isso é equipada com o sistema Sandvik DustMizer, um coletor de poeira com alimentador de flaps e tanque de água.

Na terra e na água, as equipes arqueológicas fazem escavações para documentar o máximo possível antes de tudo ser novamente encoberto por uma área portuária, assim como por novas casas, shoppings, ruas e pontes. As últimas descobertas foram feitas na água. Sob uma camada de lixo moderno, como carrinhos de compras e bicicletas enferrujadas, havia vários vestígios dos séculos XVII e XVIII, quando a margem era uma área comercial movimentada, com moinhos, moedores e matadouros. O local tornou Slussen um importante centro e ponto focal de vários interesses durante séculos. Muito antes de engarrafamentos serem inventados, essa era uma rota de transporte entre o continente e o Mar Báltico. As pessoas se instalam e comercializam na área desde a Idade Média. No século XVII, 40% de todo o minério de ferro do mundo era enviado pela estreita passagem. Na época, a elevação da terra dificultou cada vez mais a passagem dos navios, fazendo com que a rainha regente Kristina construísse o primeiro dique em 1642. No início de 1700, a eclusa se tornou muito pequena e foi substituída em 1751. Com os navios a vapor, em 1850 veio a necessidade de uma terceira e ainda maior. Na época, Slussen não era apenas uma passagem para navios e barcos. Mais e mais pessoas usavam a eclusa para passar entre a Cidade Velha e o crescente distrito de Södermalm. A combinação do fluxo crescente de carroças e carruagens e do trânsito ferroviário cada vez maior tornou a ponte móvel um obstáculo. Vários planos foram feitos para uma passagem nova e mais moderna e, no entanto, foram todos rejeitados. A chegada do automóvel na década de 1920 finalmente fez as coisas avançarem. As aberturas constantes da ponte causavam longas filas, fazendo os cidadãos de Estocolmo clamarem por uma nova solução que pudesse acabar com esse “sofrimento de Slussen”. “Slussen era reconstruído a cada século, de acordo com as necessidades da época”, conta Eva Rosman, gerente de Comunicações do Projeto Slussen, em Estocolmo. “Quando construíram a quarta eclusa, em 1931, havia novos problemas e imagino que houve protestos tão intensos como agora. Provavelmente, muitos aprovavam o estilo novo e modernista proposto enquanto outros eram contra.”

<p>A escavação em Slussen descobriu uma escadaria antiga e relíquias de tempos passados.</p>

A escavação em Slussen descobriu uma escadaria antiga e relíquias de tempos passados.

<p>Mikael Kauppi, dono da Magnus Schakt, depende da flexibilidade da Dino DC400Ri</p>

Mikael Kauppi, dono da Magnus Schakt, depende da flexibilidade da Dino DC400Ri

<p>As pessoas ficam admiradas com o trabalho que está sendo executado sob seus pés.</p>

As pessoas ficam admiradas com o trabalho que está sendo executado sob seus pés.

A detonação nesse ambiente sensível requer experiência e equipamentos certos, e a Skanska subcontratou a pequena, mas altamente especializada, empresa de perfuração e detonação Magnus Schakt AB para realizar o trabalho. “Preço e experiência, combinados com o uso de novas máquinas que atendem aos requisitos ambientais, fez com que ganhassem o contrato”, pontua Hoffman. “Desde o primeiro dia, eles estiveram envolvidos no planejamento e compartilharam seus conhecimentos em detonação, o que é muito positivo.” Mikael Kauppi, proprietário e gestor da Magnus Schakt, está se acostumando com as pessoas assistindo a cada um de seus movimentos. A cerca em volta do poço é cheia de curiosos, mas isso não aumenta a pressão para o detonador experiente. Ele habilmente manobra sua perfuratriz top hammer Dino DC400Ri com prolongador hidráulico. Kauppi sabia que a perfuração e o ambiente de detonação desafiadores exigiam um equipamento especial. “Essa Dino DC400Ri foi a primeira da Suécia quando eu a comprei, dois anos atrás”, diz Kauppi. “É muito flexível, ágil e confiável. Perfura bem, rápido e com grande precisão. É perfeita para um lugar como esse.” Antes da detonação começar, em janeiro de 2017, edifícios da região foram inspecionados ​​e acelerômetros colocados nas casas mais sensíveis, muitas do século XVII. A detonação começou no nível da rua e inicialmente a Dino DC400Ri trabalhava perto de um restaurante fast food. Idealmente, todas as janelas teriam sido vedadas por precaução, mas isso não era uma opção. A Dino DC400Ri tem um baixo nível de ruído e está equipada com o sistema patenteado Sandvik DustMizer. O DustMizer pulveriza uma mistura de água e agente natural na perfuratriz, injetando o ar na extremidade inferior do coletor de poeira. No processo, a poeira é transformada em um material inofensivo, úmido e granulado.

O aspecto mais desafiador desse trabalho é a localização

À medida que o trabalho se afastou das fachadas das casas, mais para baixo, o tamanho das detonações aumentou. A maior até o momento envolveu 22 furos e 61 kg de explosivos, liberando cerca de 100 m3 de rocha. Haverá aproximadamente mais cinco semanas de detonação para atingir a primeira meta, de 13 metros de profundidade.

Para manter a logística, uma nova ponte temporária para bicicletas e pedestres foi necessária antes que a perfuração e a detonação pudessem começar na montanha vizinha, que vai abrigar parte da entrada de um novo terminal de ônibus. “Cada dois ou três quilos de explosivos são detonados com 15 milissegundos de diferença”, explica Kauppi. “O resultado será uma rodada de 50 kg a 70 kg em uma detonação. Esse é o máximo que podemos usar para garantir que não haja vibrações que danifiquem os edifícios ao nosso redor.”

Há anos, uma parte natural da empresa especializada de Kauppi. A boa cooperação começou quando o pai de Mikael, Magnus Kauppi, geria o negócio. “Desde que meu pai comprou sua primeira perfuratriz Sandvik, em 1981, só compramos as máquinas laranjas”, diz Kauppi. Isso significa que o engenheiro de Vendas de Perfuratrizes de Superfície da Sandvik Mining and Rock Technology, Stefan Persson, trabalhou com duas gerações de Kauppis que reconheceram as vantagens de usar o mesmo fornecedor. Kauppi e Persson conversam regularmente, pelo menos uma vez por semana. “A Magnus Schakt é uma ótima cliente”, ressalta Persson.

Dados técnicos Dino DC400Ri

Diâmetro de furo recomendado: 51-76 mm / 2-3 pol. Diâmetro haste/tubo: 32, 35, 39 mm Perfuratriz hidráulica: Sandvik RD414, 14 kW (19 cv) Motor: Volvo TAD570VE, 105 kW (141 cv) (Tier3) Volvo TAD570VE, 105 kW (141 cv) (Tier4F) Capacidade de injeção de ar: 3,5 m³ / min, até 8 bar Comprimento de transporte: 6,6 m / 21,7 pés Largura de transporte: 2,35 m / 7,7 pés Altura de transporte: 2,8 m / 9,2 pés Peso: cerca de 10.000 kg / 22.000 lbs

“Eles muitas vezes estão à procura de soluções novas e especiais, como a perfuratriz Commando DC122R com motor diesel padrão e alimentada com eletricidade, para trabalhar em detonações delicadas do projeto “Stockholm City Line.” A Dino DC400Ri que trabalha na rocha em Slussen é uma das aquisições mais recentes da Magnus Schakt e a segunda desse modelo da Kauppi. “Eu gosto de ficar na vanguarda e experimentar o equipamento mais recente”, resume Kauppi. “Além da opção de prolongador, gosto particularmente da nova função do coletor de poeira – o alimentador de flaps DustMizer. Isso significa que não temos que lidar com sacos de poeira e sistemas de limpeza a vácuo confusos. Também aprecio que a máquina seja fácil de desmontar e transportar. Ao contrário desse projeto, muitos dos nossos trabalhos são curtos e o transporte tem que ser rápido e simples.”